Luta 03 - Rune de Balron vs Shaka de Virgem

Igreja e Ciência. Talvez duas coisas que nunca irão chegar a uma conclusão congênere. Os caminhos distintos de suas pesquisas. A atual batalha, dizer sim ou não a vida. Isso é apenas um pretexto. Algumas horas atrás, o ultimo sopro de sofrimento. O selo enfraquecido caiu, e as forças malignas voltaram a assombrar a Terra.

O sangue começou a derramar, o céu a chorar estrelas cadentes. As tropas do submundo não iam bem, isso fez com que o exército celeste ascendesse à superfície terrestre. Rumaram para a região dos Bálcãs. Uma nova carnificina? Talvez. Foi o primeiro a pisar no santuário de Athena. Grande manto negro cobria seu corpo e deixava apenas algumas madeixas de seu cabelo grisalho percepitiveis.

Subiu alguns degraus. O som de sua armadura ecoava no vazio da entrada do santuário ateniense. Seus parceiros se dividiram para cobrir maior área, e ele, sozinho, aventurava-se naquelas escadarias. Afirmou-se em uma coluna ali. Sentiu uma energia se aproximar, mas não sabia ao certo o dono de tal cosmo.

Sussurrou, enquanto retirava de dentro do seu manto um chicote. Assim que a ponta da chibata tocou o chão, enrolou-o e segurou-o na mão direita. Seu olho, com o reflexo de mais uma estrela caindo do céu, brilhou. Ao alto apenas a morada de Áries. Ao seu redor... Nada.

A armadura do guerreiro destacava-se na escuridão da primeira morada. Estava certo quanto a uma coisa, era um dos guerreiros de Athena. O céu escuro e o tempo frio, o tom sombrio daquela batalha. Deu alguns passos a frente. Manteve-se calado até o fim da frase do ateniense.

Segurou seu manto e o arrancou do corpo. Uma longa capa desceu e cobriu seu tronco e pernas. Os cabelos grisalhos caíram sobre seu ombro e alvoroçaram com o vento. Olhos púrpuros que secavam o adversário.

O frio contribuía para o ambiente estranho. O ventou levou aquele manto que o cobria para longe, ao mesmo tempo em que gritou apavoradamente. Verdade seja dita, a batalha envolvia tudo, até mesmo os elementos temiam o destino do planeta.

Seus olhos fitaram friamente o guerreiro a sua frente. Manteve-se sereno, escutando cautelosamente as palavras do cavaleiro de Virgem. Abriu um pequeno sorriso, daqueles, de canto de boca. Em torno de seu corpo, uma áurea púrpura o cobriu. A combustão de seu cosmo, transforma a energia em energia visível, não apenas perceptível.

Seu chicote começou a se mover sozinho, sem nenhum auxilio de Rune. Sua face foi se tornando sinistra. Moveu sou chicote sobre sua cabeça e o arremessou contra o adversário. A chibata cortando o vento fez um barulho estranho, quase como um grito.

Em alta velocidade, sua arma aproximava-se de Shaka. Crescia à medida que corria o ar. A energia que rodeava Rune começou a rodear também o chicote. Em espirais, ia se enrolando a ele.